terça-feira, 2 de abril de 2013

FOLHA DE MUCUNA - OLHO DE BOI

Denominadas popularmente de "co-oronha",“queima queima”,
“olho de boi”,”pó-de-mico” e “feijão do mar”.

Cientificamente, pelos lados da botânica, elas são denominadas de Mucuna Urens e existem várias espécies espalhadas pelo mundo e com sementes distintas, usadas medicinalmente como tonificante alimentar ou na culinária para dar um toque de sabor ao feijão.
Mas o seu uso é feito em pó, em quantidades muito pequenas.

Não se aconselha seu uso sem que se esteja devidamente orientado por quem conhece tudo a seu respeito.
Estas sementes vistosas são mais utilizadas mundo afora nas produções de artesanato porque oferecem inúmeras possibilidades de utilização.

O interessante mesmo é a planta, um vigoroso cipó enrolador e de crescimento rápido que proporciona lindas flores, geralmente em tons arroxeados ou violetas. Os frutos são vagens aveludadas de coloração marrom quando maduros. Nestas vagens pode-se encontrar de 2 a 5 sementes na coloração marrom caramelado. Não se deve tocar nas vagens porque os pelos nela encontrados são urticantes.

Iremos encontrar muitas referências sobre esta interessante semente, mas a maioria dessas informações é muito técnica, até porque a ciência vem estudando suas propriedades e já há quem diga que o pó da Mucuna é um ótimo remédio para evitar acidentes vasculares ou recuperar quem já o sofreu bem como sua eficaz utilização para tratar a doença de Parkinson ou ainda, para resolver problemas de disfunção erétil.
Claro que são especulações e ninguém deve fazer uso da semente sem ter pleno conhecimento a respeito.

O melhor é procurar pessoas que saibam muito bem como lidar com esta relíquia da natureza.

No Candomblé a folha de mucuna costuma ser atribuída ao orixá Osaiyn, sendo utilizada para banho dos seus filhos e de seus objetos.
Já na Umbanda se usa muito a semente da mucuna (chamada olho-de-boi) para a confecção de colares que são utilizados pelos caboclos e pretos-velhos.
É muito comum uma dessas entidades, chamadas carinhosamente de guias, receitarem o uso do olho-de-boi dentro de um copo com água e uma pedra de carvão para ser posto atrás da porta com o objetivo de cortar olho grande e mau olhado.

FONTE: folhas sagradas(orkut) e columbia news blogspot

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ocultismo



De acordo com o teosofista C. W. Leadbeater, o ocultismo costuma ser confundido com a arte de magia negra, envolvendo poções mágicas e rituais satânicos. Mesmo entre aqueles cuja educação estaria acima de tais superstições, segundo o autor do livro “O Lado Oculto das Coisas”, ainda persistem muitos equívocos a esse respeito.
Explica-nos Leadbeater que a derivação da palavra latina “occultus” quer dizer ciência do oculto, mas essa definição, de um modo geral, é vista como uma coisa sem sentido, um disparate relacionado a crendices ignorantes, assombrações e espiritismo.
Os mais estudiosos do assunto nem sempre encaram a questão com o necessário conhecimento de causa, sugerindo que o lado oculto de todos esses mistérios estivesse intencionalmente velado, deliberadamente sonegado, por capricho ou egoísmo de alguns. A verdade, conforme afirma Leadbeater, é que nada está, nem poderia estar oculto de nós, a não ser em razão de nossas próprias limitações. Mas, à medida que avançamos em evolução, o mundo se alarga progressivamente, mostrando que todos nós somos capazes de ver cada vez com maior clareza a magnitude de toda a sua beleza.
Há de se considerar, porém que, os conhecimentos somente vão sendo colocados à nossa disposição quando atingimos um grau de evolução que nos permite absorvê-los. Ocorre, em tais situações, algo semelhante à criança que, ainda num aprendizado básico, não está preparada a compreender equações e raiz quadrada.
O ocultismo é, portanto, na definição do teosofista, o estudo do lado oculto da natureza, da natureza em sua totalidade, e não somente daquela parcela mínima que é objeto da investigação da ciência moderna.
Afirmava o autor de “O Lado Oculto das Coisas”, há cerca de cem anos atrás, e de lá para cá bem pouco mudou, que a maior parte da natureza é inteiramente desconhecida da humanidade, porque esta ainda não desenvolveu, senão em proporção insignificante, as faculdades mais sensitivas que possui. Diante disso, não há como deixar de concluir que, o homem comum baseia a sua vida em realidades inteiramente inadequadas, e, por isso, suas teorias e ações são naturalmente incorretas.
Um ocultista adota atitudes que levam em conta as influências dos mundos superiores, as quais estão ocultas à visão dos materialistas. Estes não têm a menor percepção das suas próprias limitações, e projetam o seu futuro com base naquele pouco, ou quase nada, que conhecem e que pensam resumir toda a verdade do universo.
O ocultista estuda cuidadosamente todos os efeitos invisíveis que interferem com o plano físico, e por isso sabem melhor do que ninguém, quais são as reais conseqüências dos seus atos. E por possuírem maiores informações sobre as causas e os efeitos das suas ações, eles mudam de atitudes e corrigem seus comportamentos, á medida que vão percebendo desvios em seus rumos espirituais.
Não se trata de somente vincular o mundo oculto a fenômenos espirituais e cerimônias religiosas, mas de reconhecer a sua presença na pintura, na música, na poesia, na literatura, na natureza, na vida profissional e nas relações em família.
Essas percepções do mundo oculto existem em todos os seres humanos, ainda que não desenvolvidas na grande maioria deles. O despertar da sensibilidade humana para se conectar ao mundo invisível demanda tempo e um árduo trabalho, e depende do estágio de evolução de cada alma.
O momento atual de expansão da consciência planetária é favorável a esse despertar dos poderes ocultos da humanidade, mas que isso não instigue os sentidos mais egoístas e dominadores da raça humana, para que, no lugar das bênçãos, não se atraia maldições.
Os mistérios que já começaram a ser decifrados estarão sendo revelados de uma forma cada vez mais intensa. Os segredos, não, esses nunca serão revelados, pois pertencem a uns poucos, que irão guardá-los para si e para as gerações futuras. Os mistérios existem para serem desvendados, mas os segredos precisam ser preservados.
O ocultista é aquele sábio que distingue os mistérios dos segredos, e que traz os conhecimentos à tona para que os mistérios sejam compreendidos por um número cada vez maior de pessoas. O ocultista é também o guardião dos segredos, aquele que sabendo do poder que tem o conhecedor dos segredos, não os revela para ninguém, de modo a não pôr em risco o futuro da humanidade.
Os mistérios contêm a sabedoria dos tempos, os segredos são os guardiões do poder.
FIM 

domingo, 26 de agosto de 2012

Santa Sara



~ Os ciganos e a Deusa Mãe ~

                                                                 ~ Paulo Coelho ~
Uma vez por ano, ciganos de diversas partes do mundo se dirigem até Saintes-Maries-de-la-Mer, no sul da França, para homenagear a santa Sarah. Segundo a tradição, Sarah era uma cigana que vivia em uma pequena cidade à beira mar quando a tia de Jesus, Maria Salomé, chegou ali com outros refugiados para escapar das perseguições romanas. Sarah ajudou-os e terminou convertendo-se ao cristianismo.
Na festa a que pude assistir, peças do esqueleto de duas mulheres que estão enterradas debaixo do altar são retiradas de um relicário e levantadas para abençoar a multidão com suas roupas coloridas, músicas e instrumentos. Em seguida, a imagem de Sarah, vestida com belíssimos mantos, é retirada de um local perto da igreja (já que o Vaticano jamais a canonizou) e é levada em procissão até o mar por ruelas cobertas de rosas. Quatro ciganos, vestidos com roupas tradicionais, colocam as relíquias em um barco cheio de flores, entram na água e repetem a chegada das fugitivas e o encontro com Sarah. A partir daí, tudo é música, festa, cantos e demonstrações de coragem diante de um touro.
É fácil identificar Sarah como mais uma das muitas virgens negras que podem ser encontradas no mundo. Sarah-la-Kali, diz a tradição, vinha de uma nobre linhagem e conhecia os segredos do mundo. Seria, no meu entender, mais uma das muitas manifestações do que chamam a Grande Mãe, a Deusa da Criação.
Cada vez mais, o festival em Saintes-Maries-de-la-Mer atrai gente que nada tem a ver com a comunidade cigana. Por quê? Porque o Deus Pai é sempre associado ao rigor e à disciplina do culto. A Deusa Mãe, pelo contrário, mostra a importância do amor acima de todas as proibições e tabus que conhecemos.
O fenômeno não é novidade: sempre que a religião endurece suas normas, um grupo significativo de pessoas
tende a ir em busca de mais liberdade no contato espiritual. Isso aconteceu durante a Idade Média, quando a Igreja Católica limitava-se a criar impostos e construir conventos cheios de luxo. Como reação, assistimos ao surgimento de um fenômeno chamado “feitiçaria”, que, apesar de reprimido por causa de seu caráter revolucionário, deixou raízes e tradições que conseguiram sobreviver por todos esses séculos.
Nas tradições pagãs, o culto da natureza é mais importante do que a reverência aos livros sagrados. A Deusa está em tudo, e tudo faz parte da Deusa. O mundo é apenas uma expressão de sua bondade. Existem muitos sistemas filosóficos — como o taoísmo ou o budismo — que eliminam a ideia da distinção entre o criador e a criatura. As pessoas não tentam mais decifrar o mistério da vida, e sim fazer parte dele.
No culto da Grande Mãe, o que chamamos de “pecado”, geralmente uma transgressão de códigos morais arbitrários, é bem mais flexível. Os costumes são mais livres, porque fazem parte da natureza e não podem ser considerados como frutos do mal. Se Deus é mãe, então tudo o que é necessário é juntar-nos aos ciganos e adorá-la através de ritos que procuram satisfazer sua alma feminina — como a dança, o fogo, a água, o ar, a terra, os cantos, a música, as flores, a beleza.
A tendência vem crescendo de maneira gigantesca nos últimos anos. Talvez estejamos diante de um momento muito importante na história do mundo, quando finalmente o Espírito se integra com a Matéria, os dois se unificam, e se transformam.